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Fortaleza, Ceará, Brazil
Nascida em Campinas SP e criada em Fortaleza CE. Amo viajar, meu principal hobby. Conhecer lugares e cultura é a melhor forma de crescermos espiritualmente. Sou casada com uma pessoa maravilhosa chamada Luiz Rodrigues, que curte comigo todas as viagens. Um trecho de livro que resume meu pensamento sobre vida e viagem: “Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver". ("Mar sem fim"- Amyr Klink) AVISO: As postagens estão em ordem inversa, ou seja, do fim da viagem para o começo. Desta forma, observem a data informada e leiam do fim para o começo.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Peru - 07 a 23/09/2008

13º Dia (19/09 - sex) – Tour Vale do Colca e noite em Chivay, que está a 150km de Arequipa

Acordamos, se é que abrir os olhos às 2 horas da madrugada se pode chamar de acordar, e fomos nos aprontar para o passeio.

As 3horas em ponto a van estava nos pegando no hotel, com uma guia super animada.
A van já tinha 7 pessoas o lugar vago que cabia eu e o Luiz juntos era nos bancos do fundo e fomos para ele, depois pegou mais 3 pessoas, totalizando 12 passageiros, mais o motorista e a guia. O grupo era composto do japonês Nobuhiro Inagaki (que depois descobrimos que ele veio do Japão só para conhecer o Peru, não falava nada de espanhol e pouco sabia de inglês, andava direto com um dicionário espanhol-japonês), um casal de +/- 60 anos de franceses (não tivemos oportunidade de conhecê-los melhor), um casal de Arequipenhos (ele engenheiro e ela estudante de direito, uma simpatia que nos contaram muito sobre Arequipa), duas Arequipenhas (mãe e filha, que anotavam todas as informações em um caderninho), um francês que era muito tranqüilo e simpático, mas quase não conseguimos nos comunicar com ele e um casal de espanhois (esses ficaram mais na dele, sem manter contato com o resto do grupo, dava a impressão que não estavam muito satisfeitos em ter que compartilhar o passeio com o grupo)

Completa a van, a guia deu as instruções de como seria a seqüência do passeio.
Boa parte de viagem fomos dormindo, apesar de a estrada estar bastante esburacada e o carro balançar bastante.

No meio do caminho, entre uma acordada e outra do balanço do carro, percebi que a janela de vidro estava com uma camada de gelo por dentro e vi que outras pessoas estavam esfregando a cortina para ver do lado de fora. Fiz o mesmo e vi que, apesar de não haver neve, na encosta das montanhas ao lado estrada havia gelo e pense no frio que fazia.

O sol começava a aparecer e notei que estava toda dolorida, já que havia 4 pessoas no banco traseiro e eu tinha que ficar de lado, já que o espaço era muito reduzido, não dava nem para nos mexer, mas tudo bem...

Um pouco depois a guia disse que ia fazer uma parada para que nós apreciássemos os lagos congelados e as aves que habitam ali. Paramos no acostamento e pense no FRRRRRRRIIIIIIIO que fazia, pensou, pense mais um pouco, pronto, é quase isso, mas um pouco mais frio. No entanto, a paisagem, a emoção de estarmos ali e a oportunidade de tirar fotos compensou.

Seguimos viagem, eram +/- 5h da manhã e a partir daí era só descongelando o vidro da van, tremendo de frio e curtindo a paisagem.


O movimento de vans e ônibus fazendo o mesmo percurso era grande, o que nos deu a certeza de que todo mundo que faria o percurso para Chivay tinha saído às 3h da madrugada. A poeira que havia na estrada também, para quem já estava com a faringite atacada da viagem entre Ollantaytambo e Salineras, como eu, aquilo só fazia piorar o desconforto nas vias aéreas. Mas, nada que diminuísse o prazer do passeio.

Já roxos de vontade de ir ao banheiro, ou como chamam os peruanos ‘serviços higiênicos’, finalmente chegamos à entrada do Vale do Colca, onde a guia afirmou que poderíamos fazer uma parada providencial.

Neste local há uma guarita regulando as entradas e vendendo os boletos turísticos. A guia comprou o boleto de todos e fui correndo ao único banheiro, que na verdade é o banheiro do posto, os outros foram depois de mim, rsrsrsr. Enquanto isso, aproveitei para tirar umas fotos do local.

A guia nos apressou para irmos logo continuar a viagem, pois os condores não esperam e tem horário para voar. Como todos tinham muito interesse em não perder o espetáculo fomos prontamente de volta para a van.

No caminho houve mais duas paradas, uma no vilarejo chamado Yanque, no qual assistimos uma apresentação de danças típicas (Dança de Wititi) e também tivemos a oportunidade de tirar fotos com lhama, coruja (enorme por sinal) e um gavião. Foto acima da praça central de Yanque, igreja ao fundo e apresentação de dança.
As pessoas da comunidade estão na praça com os animais a espera de turistas que desejem uma foto com os bichos e em seguida pedem “propina” e haja moedas para distribuirmos com as fotos. Olha nós aí junto a gavião e alpaca.

Além disso, há comércio de artesanato local e a visitação da igreja da cidade.

A outra parada é o ̃Mirador dos Andes, um espetacular pedaço de estrada, localizado a 4.850 metros de altura do nível do mar. Nesse local se faz uma parada de mais ou menos 10 minutos para desfrutar de uma bela paisagem que este mirador natural oferece, dentre elas o rio Chile.

É possível, além de se ter uma visão magnífica da região, observar a dimensão das terras cultivadas. É impressionante como se pratica a agricultura, principalmente pelo fato dela ser toda manual sem utilização de máquinas só trabalho humano. Os povoadores souberam manter intactas muitos de seus costumes como o uso dos seus sistemas de terraços nos quais cultivam até hoje quinua, milho, cevada e trigo.

Nessa parada também é possível observar tumbas que estão nos morros nos quais só é possível chegar escalando. Não sei como os incas conseguiram enterrar corpos em locais tão altos e inacessíveis. Foto da tumbas, que são esse buracos ladeados de pedras empilhadas.

As tumbas Incas eram feitas no alto das montanhas. Assim, os mortos estavam mais próximos do céu. Evidentemente todas foram abertas, pois roubaram todos os objetos de valor.

Seguimos na estrada, que é toda de terra e a quantidade de vans, ônibus e carro que circulam provoca uma imensa nuvem de poeira. Além disso, a estrada passa por vários túneis, em um deles demora-se cerca de 15 min para atravessar e fica-se em completa escuridão, já que não há iluminação.
Mais um pouco de estrada e finalmente chegamos ao tão esperado Cruz Del Colca por volta de 8h45min. Neste local os condores se exibem para o público que vem assistir a seus majestosos vôos. Para voar os condores usam, sobretudo, a coluna de ar quente e os ventos, pouco utilizam suas asas. Alguns deles podem atingir até 3,5 metros de envergadura. Seu vôo é realmente bonito e nós tivemos a sorte de ver uns 20 deles voando sobre nossas cabeças. Foto ao lado condor em sua magestosa exibição.

O mundo Inca é dividido em três níveis. A terra, representada pela serpente. A superfície representada pelo puma. O ar representado pelo condor.

Além do vôo dos condores, é agradável apreciar o local, que é um vale formoso carregado de história, de morno sol e geografia surpreendente, que além de ter um dos canion de maior profundidade do planeta, mantém vivas as tradições de um punhado de povos de ancestral criação.

O Canhão do Colca é o segundo de maior profundidade do mundo, depois do Cotahuasi (ambos localizados no Departamento de Arequipa) e está localizado ao longo do vale do mesmo nome. Sua profundidade atinge os 3.180 metros, convertendo-se numa maravilha natural digna de admirar-se.

Interessante observar que no local havia em torno de 2.000 pessoas todas de máquinas/filmadoras em punho ansiosas por obter boas imagens/filmagens daquele espetáculo impar. Foto de milhares de pessoas ávidas por registrar o magnífico show dos condores.

Em torno de 9h:45min simplismente desapareceram todos os condores. As pessoas continuavam a esperar que mais algum aparecesse, mas a medida que notavam que nada viam, começavam a se movimentar saindo do local. Vários ônibus chegaram após esse horário, mas estes, infelizmente, perderam o espetáculo. Ou seja, realmente os condores têm horário para voar e nós, reles seres humanos temos que respeitá-los, pois a natureza é ímpar.

Pelo horário de saída combinado, ainda dava tempo para ir ao banheiro, rumamos aos únicos existentes no local e, como era de se esperar, lá estava a longa fila de mulheres na porta do banheiro.
Havia dois banheiros (um masculino e outro feminino), mas, como a fila no banheiro das mulheres estava muito grande, havia um guarda controlando a entrada do banheiro dos homens e permitindo que as mulheres entrassem nesse, então ele deixava entrar 2 mulheres e nessa hora impedia a entrada de homens até a fila de homem aumentar um pouco, aí impedia a entrada de mulheres e liberava a de homens. Mesmo assim, fiquei em torno de 15min a espera de chegar minha vez.
Foto acima do canon, nesse local a impressão que se tem é que se vai escorregar canon abaixo, lindo...

Ainda deu tempo depois de caminhar, tirar mais umas fotos do local e comprar uns biscoitos porque estávamos famintos, já que não houve desayuno e estávamos passados de fome.

Na hora marcada a guia chamou todos para a van e iniciamos nossa viagem de retorno. O percurso de retorno teve duas paradas.

Uma para ver as geleiras e um lago maravilhoso, formado pelas águas do desgelo, neste local, como em todos os outros, há pessoas comercializando artesanato, mas neste, diferentemente dos demais, estavam vendendo frutas produzidas na região.
Foto ao lado uma das frutas vendidas, uma delícia.
Uma delas parecia o kiwi, só que bem maior e mais azedo do que comemos no Brasil, outra era o fruto do cacto, que eu conheço por figo da índia, mas lá tem outro nome e a terceira não conheço e nem lembro o nome, mas é muito saborosa.
Foto abaixo, a fruta que parece um kiwi, sóque é 5 vezes maior.
E a segunda em no vilarejo de Maca que é um povoado localizado nas bordas do Vulcão Sabancaya e do nevado Hualca-Hualca e onde podemos visitar a Igreja de Santa Ana de Maca, a qual tem uma formosa fachada enfeitada com arcos, no interior conserva belos altares barrocos, o sagrário e uma imagem de Cristo crucificado que data do século XVI.

Nossa sorte que um casal de franceses que estava no tour conosco ficou nessa cidade, pois iriam dormir ali e a partir daí fomos em um banco mais a frente da van e finalmente pudemos ficar mais confortável.
Foto da fruta: Figo da Índia.
Finalizado as paradas, seguimos para a cidade de Chivay, onde iríamos almoçar em um restaurante típico da região o Qhapaq Nan. O valor do almoço não está incluso no valor do passeio e custa S/.20,00 por pessoa. É no estilo Buffet e tem vários pratos típicos, está incluso sobremesa e frutas.

Chivay está a 3.600m de altitude acima do nível do mar.

Adoramos o almoço, comemos carne de alpaca, cordeiro, batatas de várias formas, peixe, enfim, havia várias comidas saborosas e diferentes.

Foto do restaurante em Chivay, nossa van da viagem e a evidencia de que várias construções no Peru estão por finalizar. Descobrimos que há problemas com falta de cimento, fica-se até 6 meses com uma obra parada por faltar cimento para venda.

Depois de todos satisfeitos, fomos distribuídos em vários hotéis/hostal, conforme o pacote adquirido.
Nos ficamos no hostal Colcamayo, foi aí que verificamos que nossa aquisição não havia sido tão boa, porque o hostal era muito fraquinho, o chuveiro do banheiro quase não saia água, mas ainda bem que era quente, pois o frio estava grande. A cama não era essas coisas, mas tudo estava limpinho e isso era o importante. O problema é que verificamos que o quarto era muito frio e a noite prometia esfriar mais.

Chegamos no hostal as 14h e conforme programação do passeio, teríamos 2h de descanso antes de virem nos apanhar para ir aos banhos de águas termais. Conclusão, tomamos banho e fomos dormir, porque fazia 12h que estávamos acordados e na noite anterior só havíamos dormido 2h, ou seja, estávamos exaustos. Antes programamos o celular para nos despertar.

Como programado, a guia da excursão veio nos pegar no horário combinado e nós embarcamos para conhecer o tão falado banho. Do grupo da excursão só estavam o francês, o japonês, o casal isolado e a mãe com a filha. Chegamos ao local, que está localizado a aproximadamente 5 minutos da cidade, e compramos os ingressos (S/.10,00 p/pessoa) e fomos criar coragem (o frio estava imenso) para tirar a roupa e ficar de roupa de banho para entrar na piscina.

As piscinas de água quente, que se chama “Calera”, é um lugar paradisíaco rodeado de bonitas montanhas e águas quentes que cai da montanha com uma temperatura de 80º, e são esfriadas em uma piscina de água fria chegando a 35º para que os visitantes possam tomar um banho e relaxar depois de um dia cheio de atividades.

Foto da piscina, recomendo fazer todo esforço para tomar esse banho, é fenomenal.

O local é razoavelmente grande e tem várias piscinas, todas com água na mesma temperatura de águas termo-medicinais com altos conteúdos de enxofre e ferro, que ajudam no tratamento de doenças como o reumatismo e a artrite. A diferença entre as piscinas é o formato (tem coberta, ao ar livre, em forma de ofurô etc). Levamos uma toalha do hostal pequena, mas descobrimos que no local era possível alugar toalhas.

Há local para trocar de roupa, em outro local se pega uma chave para guardar as coisas em um guarda-volumes e outro para tomar uma ducha antes de entrar na piscina. Depois de seguir o rito, adentramos na relaxante piscina de águas mornas. Isso foi uma das boas coisas que fizemos durante a viagem, pois ficamos revigorados. Estar dentro da piscina é uma maravilha, o problema foi a coragem para sair dela e enfrentar o frio, mas, como não tinha outro jeito...

Retornamos para o hostal às 15h, já com hora marcada para sermos apanhados novamente para irmos jantar. Resolvemos perguntar no hostal se não havia um aquecedor para colocar no quarto e descobrimos que havia disponível para alugar por S/.10,00, não tivemos dúvida, solicitamos um. O aparelho não era muito grande, mas antes com ele do que sem nada para escapar do frio.
Mais uma soneca antes da janta.

Deixamos o aquecedor ligado e fomos aguardar a van nos pegar para jantar. Foto ao lado de nosso super aquecedor, rsrsrsr.
Mais uma vez nossa guia estava na hora marcada, desta vez, todo o grupo foi ao jantar.
O restaurante do jantar era distinto do que havíamos almoçado, mas muito aconchegante, o jantar também não estava incluso no passeio e o sistema era a La carte.
Foto da nossa turma de excursão.
Como eu não estava com muita fome, pedi uma omelete de frango, que veio incrivelmente acompanhada de batatas (será que esse povo não enjoa de tanta batata?), cenouras cozidas, arroz e tomate (puxa era para ser só um lanche, nunca imaginaria que vinha isso tudo) e o Luiz pediu carne de alpaca, que veio imersa em uma massa de macarrão cabelo de anjo super fino, ambos estavam uma delícia. O Luiz acabou comendo metade do meu pedido.
Foto abaixo do omelete e da carne de alpaca com macarrão.

Em seguida houve uma apresentação de música regional com 3 tipos de dança, cada uma mais interessante que a outra. Inicialmente conta-se a história da origem da dança, depois é feita a apresentação e finalmente alguns turistas são escolhidos para dançar. Eu fui escolhida em uma das danças, na qual o homem também está vestido de mulher, cujo sentido era à época enganar o pai da parceira. Foi um barato, mas o problema é conseguir dançar toda a dança, porque como se está a uma altitude de quase 4.000m acima do mar, todo movimento é cansativo, o ar é rarefeito e a respiração fica prejudicada.
A dança mais engraçada é a que o homem fica deitado no chão e a parceira o chicoteia e depois passa dançando por cima dele, essa é de bolar de rir.
Foto minha dançando com o dançarino da apresentação musical.
Foto da carne de alpaca com macarrão

Finalizada a brincadeira o grupo de músicos continuou a tocar músicas peruana e o Luiz me tirou para dançar. Foi ótimo, além de nós só mais um casal no restaurante foi dançar no salão.

Nove horas em ponto nossa guia já estava nos convocando para retornarmos para o hostal. Só nos restava obedecer, já que além do cansaço, a diversão terminaria por ali, pois o restaurante fecharia.

Chegamos no hostal entramos no quarto e verificamos que nosso super aquecedor, não era lá essas coisas, pois só aquecia o que estava muito próximo dele, mas, trouxemos o danado mais perto da cama e escapamos do frio intenso.
Essa foto foi tirada em um dos miradores que paramos. É impressionante a quantidade de pedra empilhada que tem nessa região.
Segundo a guia as pessoas fazem pedido e empilham pedras, quanto maior o pedido maior a pilha de pedras, é tipo uma oferenda.
O Luiz não perdeu tempo e fez a pilha de pedras dele, a qual está mostrando. A dele é a menorzinha que tem, logo abaixo do dedo dele.

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