Levantei
cedo, mesmo sem ter hora para acordar. A programação era passar o dia
curtindo a cidade sem compromissos com horários. Vesti-me bem agasalhada e fui
caminhar com Pingo que já estava com seu agasalho (dormiu com ele, rsrsrrs). Saímos
em silêncio para não acordar o Luiz, assim ele dormiria mais um pouco, pois o
dia anterior havia sido muito cansativo para ele. Estava bastante frio e foi
bom termos saído bem agasalhados.
Com o
dia claro, foi possível ter uma melhor noção do local onde estávamos
hospedados. A rua Calle Nueva Alta era muito estreita, assim como as calçadas
que a ladeavam, o trânsito de veículos era intenso. Havia muitas casas e
comércios de todo tipo. Em frente ao hotel havia uma minúscula praça e o local
onde o carro estava estacionado, que era uma oficina mecânica. Logo que
iniciamos a caminhada, encontramos um lindo cão branco, de olhos azuis, parecia
de raça, se era ou não, não sei, mas sei que era um cão de rua. Ambos (Pingo e
ele) se cheiraram, tirei fotos deles e continuamos. Passados alguns quarteirões
vi o hotel Tambo del Arriero, aquele que eu tinha planejado ficar e estava
lotado. Era um hotel grande, majestoso, mas certamente não era melhor do que nós estávamos, pois não havia nenhum sinal de ter estacionamento para carro. Eu
nem sabia qual o nome do hotel que eu estava, se haviam me dito na noite
anterior, eu não me lembrava mais, devido ao mal estar pelo qual passei, mas só
o fato de estar bem confortável e ter encontrado um local para nos abrigar tive
a certeza que estávamos no melhor local da cidade.
Olha aí que coisa mais linda! Dá vontade de levar para casa.
Continuamos
a caminhar, meu objetivo era ir até a Plaza de Armas e tirar algumas fotos. Estava
muito agradável o percurso observando as pessoas transitando para lá e para cá. Contudo,
quando faltava pouco para chegarmos no objetivo planejado, de repente,
uma rajada de fogos estourou e quase matou o Pingo do coração. Conclusão, a
diversão acabou, pois Pingo mooooorrre de medo de fogos. Na mesma hora ele deu
meia volta e puxou para voltar para o hotel. Ele estava desesperado para
sair daquele lugar a qualquer custo. Devido ao intenso trânsito de pessoas e
veículos, decidi carrega-lo e retornar ao hotel.
Essa são folhas de coca, que serve para combater o 'soroche' ou mal da altitude. No Peru é comum mastigar as folhas ou tomar o chá delas.
De
volta ao hotel, acordei o Luiz. Acho que fomos os últimos hóspedes a descer para
tomar café da manhã. A Sra. Sônia, dona do hotel, veio nos servir, trazendo,
leite, café, geleia, suco de laranja, pães, manteiga, ovos mexidos e queijo
(conforme já expliquei, esse procedimento é feito de forma pessoal, quase que
familiar). Ela, gentilmente, perguntou se tínhamos dormimos bem e se estávamos
melhor. Afirmamos que sim e que não estávamos mais sentido nenhum efeito da
altitude. Perguntei o nome do hotel e ela informou que era La Casa de mi Abuelo
(que significa A Casa do meu Avô), achei interessante, era dessa forma que
estávamos nos sentindo, como se estivéssemos na casa de familiares de tão
aconchegante era o lugar. O site para quem desejar ficar bem hospedado em Cusco
é: http://spanish.lacasademiabuelo.com/.
O hotel fica a poucas quadras da Plaza de Armas.
Alimentados
e prontos para passear, já íamos sair com o carro, quando Abdeel, filho da Sra.
Sônia e que havia sido extremamente gentil e atencioso conosco na noite
anterior, disse que não era aconselhável ir com o carro, pois é proibido
estacionar carros nas ruas dos pontos turísticos e seria muito difícil acharmos
vagas em ruas próximas. Passar o dia caminhando para nós não
seria nenhum problema, é o que geralmente fazemos em nossas viagens à passeio.
Contudo, a preocupação era com o Pingo que tem muito medo de caminhões e ônibus
e se houvesse outra rajada de fogos ficaria difícil caminhar com ele. Além disso, tinha
a questão do almoço, pois não é todo restaurante que aceita a presença de
animais. Durante a viagem quando isso aconteceu ele ficou no carro, mas sem
essa opção provavelmente nos restaria comer um lanche sentados na praça,
rsrsrsr.
Mas, se
esse era o única forma de passearmos pela cidade, então tratei de organizar uma
pequena bolsa com alguns itens necessários para o Pingo (ração, água, duas
vasilhas, uma para água e outra para ração, saco para coletar cocô e uma
toalhinha, caso fosse necessário) e também para nós (luvas, cachecol, chapéu
etc.) e lá fomos nós, caminhando e cantando pelas ruas de Cusco num dia
ensolarado de julho.....
As construções são lindas e grandiosas.
Antes
de qualquer outra coisa, fomos procurar uma loja de venda de chip de celular
para resolver o problema do não funcionamento do chip que eu havia comprado em
Puerto Maldonado. Após entrarmos em alguns comércios de venda, informaram que
teríamos que ir na própria loja da operadora (Movistar). Após caminharmos
vários quarteirões, finalmente encontramos uma loja. O atendimento foi rápido,
assim como a identificação do problema. Não havia sido realizado o cadastro do
chip, procedimento este que precisa informar o nome e cpf do portador do chip.
Detalhe, o cpf tem que ser de uma pessoa registrada no Peru. Conclusão, eu
jamais resolveria o problema sozinha. Então o rapaz, gentilmente, realizou o
procedimento utilizando seus dados para o cadastro e, finalmente, meu tablet
passou a ter acesso de rede e voz e eu fiquei tranquila, pois sem internet ficava
inviável todas as minhas pesquisas, tais como locais onde ir, hotéis em outras
cidades. O acesso à internet naquele momento era imprescindível, já que nossa
programação previa ir para outras duas cidades no Peru, Abancay e Ayacucho, e
não estávamos dispostos a passar pela aflição da noite anterior sem ter hotel
reservado para ficarmos hospedados.
Já estávamos nas imediações da Plaza de Armas, quando um rapaz, que também estava vendendo passeios turísticos, ao ouvir minha pergunta se o cachorro poderia ir, respondeu: “É pode ser, podemos dar um jeito nisso.” Com a resposta dele, resolvi continuar a conversa só para saber qual seria o jeito que ele daria. E foi aí que o Luiz falou baixinho para mim: “Pergunta se ele conhece o Côco.” Ao que eu respondi: “Luiz, você acha que no meio de centenas de agenciadores de passeios turísticos que tem aqui ele vai conhecer o Côco? Não tem nem perigo.” Ele insistiu: “Mas, pergunta, não custa nada mesmo.”
Nós e nosso amigo peruano Côco
Após colocarmos os papos em dia, pegar algumas informações de locais que poderíamos conhecer, registramos o grande momento com fotos, trocamos nossos contatos e nos despedimos. Ficamos repletos de alegria e satisfação pelo pouco, mas grandioso momento de reencontro. Em 2008, quando conhecemos Côco, ele trabalhava para uma agência de turismo como funcionário e estava noivo. Agora ele estava com sua própria agência de turismo, casado e com uma filha. Foi muito prazeroso nosso reencontro.
Nós, Côco, Pingo e o banner da agência de turismo dele, a Machu Picchu Peru Tours.
Fica a dica para quem for ao Peru e quiser fazer bons passeio, entrem em contato com Côco, por meio do site: www.machupicchuperutours.com
Fomos, então, para Plaza de
Armas, tiramos fotos, sentamos em um dos bancos e ficamos apreciando o ir e vir
das pessoas, curtindo aquele momento.
Depois, resolvemos ir a um restaurante, sentar, beliscar algo e fazer minhas pesquisas de hospedagem para tentar conseguir realizar uma reserva, que nos garantisse a dormida em uma próxima cidade. Eu queria ficar num dos restaurantes que funcionam no andar superior com sacadas para poder ficar apreciando a Plaza de Armas. O Luiz acreditava que nenhum daqueles iria aceitar a entrada do Pingo. Resolvi tentar. Fui primeiro no restaurante que fica na esquina da Calle Plateros com a Calle Espaderos. Subi e perguntei a garçonete sobre a possibilidade de ficarmos lá com nosso Pingo, ela afirmou que se o nosso cachorro fosse pequeno, poderíamos. Desci e fui alegremente avisar ao Luiz que haviam aceitado. Contudo, logo atrás de mim, veio ela falando esbaforida: “Ei, ei, eu tinha dito que podia, mas seu cão é muito grande, não pode não.” Minha alegria momentânea foi para o espaço, mas não foi motivo para desistir. Fui a outro restaurante que ficava quase vizinho àquele, o The Crown Coffe Bar. Subi as escadas e fiz a mesma pergunta. Aí o tratamento foi diferente, o rapaz que nos atendeu foi muito amável e permitiu que ficássemos lá para almoçar.
O céu estava nos brindando com sol e a ausência de nuvens que deixou as fotos ainda mais belas.
Nós e a estátua do imperador Pachacútec - o imperador que consolidou o império e modelou a cidade. A cidade foi projetada com a forma de um puma e a estátua aponta para o que seria sua cabeça, a Fortaleza de Sacsayhuamán.
Esta é a igreja da Companhia de Jesus, tem a fachada tão imponente que muitos pensam se tratar da catedral da cidade. Mas a catedral fica a poucos metros, na lateral da praça. Além da fachada majestosa, tem como destaque um altar revestido de ouro e pinturas da Escola de Cusco, a arte peruana dos séculos XVII e XVIII que inseriu temas locais em pinturas sacras.
Depois, resolvemos ir a um restaurante, sentar, beliscar algo e fazer minhas pesquisas de hospedagem para tentar conseguir realizar uma reserva, que nos garantisse a dormida em uma próxima cidade. Eu queria ficar num dos restaurantes que funcionam no andar superior com sacadas para poder ficar apreciando a Plaza de Armas. O Luiz acreditava que nenhum daqueles iria aceitar a entrada do Pingo. Resolvi tentar. Fui primeiro no restaurante que fica na esquina da Calle Plateros com a Calle Espaderos. Subi e perguntei a garçonete sobre a possibilidade de ficarmos lá com nosso Pingo, ela afirmou que se o nosso cachorro fosse pequeno, poderíamos. Desci e fui alegremente avisar ao Luiz que haviam aceitado. Contudo, logo atrás de mim, veio ela falando esbaforida: “Ei, ei, eu tinha dito que podia, mas seu cão é muito grande, não pode não.” Minha alegria momentânea foi para o espaço, mas não foi motivo para desistir. Fui a outro restaurante que ficava quase vizinho àquele, o The Crown Coffe Bar. Subi as escadas e fiz a mesma pergunta. Aí o tratamento foi diferente, o rapaz que nos atendeu foi muito amável e permitiu que ficássemos lá para almoçar.
Voltei sorridente, chamando ambos para o restaurante. Lá pedimos algo para beliscar e ficamos apreciando a paisagem e eu fazendo minhas pesquisas e ligações na tentativa de reservar hotel nas cidades que pretendíamos ir. Após realizar várias ligações, não consegui nenhum hotel nas cidades de Abancay e Ayacucho e redondezas que aceitasse pet com vaga para nos hospedarmos. Ir para destinos como Puno, Arequipa, Ica, Nasca, Paracas e Lima não era do nosso interesse, pois já tínhamos conhecido todas essas cidades e seus pontos turísticos em 2008. Então, diante dessa realidade e da visível indisposição do Luiz em prosseguir nossa viagem Peru acima, conversamos e decidimos voltar para o Brasil modificando nosso roteiro de retorno da viagem. No lugar de explorarmos mais o Peru iríamos explorar o Brasil em lugares que não conhecíamos.
Pedimos, então, o nosso almoço, eu pedi Truta (peixe típico dos Andes) com purê de batatas e salada, o Luiz lomo saltado com papas (filet com batatas fritas) e Pingo preferiu ração royal canan médio adulto (kkkkkk). Estava tudo maravilhoso.
A Plaza de Armas é quase toda rodeada pelo Portal de Panes, prédios com primeiro andar em forma de arcada dando um ar ainda mais espanhol ao local. Parte das arcadas do Portal, hoje tomadas por lojas e restaurantes, correspondia à localização dos muros do palácio onde residia Pachacútec. Olhem lá Pingo e Luiz, vejam o jeitinho do Pingo encostando a cabecinha no Luiz, tão meigo...
Agora ele viram que eu estava fotografando eles. Meus lindos.
Nosso delicioso almoço, Lomo Saltado (Filet com fritas) e Truta com purê de batatas.
Nós no The Crown Coffe Bar. Quem encontra o Pingo? Onde ele está? Debaixo da mesa, só dá para ver o focinho dele que está abaixo da minha coxa. Viram?
As peruanas e seus trajes típicos, uma com o chapéu tipo toalha e a outra com chapéu que parece masculino.
Olhem os detalhes, sandálias pretas, baixas, saia rodada, tranças...
Nossa visão da Plaza de Armas do restaurante que almoçamos.
Mais uma peruana, como carregam coisas nas costas, estava carregava seu filho.
Impressionante como carregam as crianças.
Elas sempre carregam algo nas costas.
Caminhando pelas ruas em ladeiras de Cusco.
Ruas estreitas, assim como as calçadas.
Mais uma vez nesse lugar maravilhoso, nunca é demais registrar.
Alpacas, lhamas, amo todas
Sim se paga para tirar foto com elas, paguei três soles, pagaria até mais.
Olha aqui a linda da titia.
Estou dando pipoca para ela, coisa mais gostosa. A mulher que está com a criança é que estava tomando conta das lhamas e alpacas e cobrava para quem quisesse tirar fotos com eles. Ela tinha pipoca para dar aos bichinhos. Eles ficam loucos quando vêem as pipocas.
Encontramos um casal de noivos que estavam fazendo as fotos do casamento no local.
Por aí, só curtindo o dia e o local. Olhem a elegância do Pingo.
Simplesmente felizes.
Esta sim, a catedral de Cusco.
Hora de atravessar a rua.
Igreja de São Francisco. Pingo e nós fizemos nossos agradecimentos.
Eu e ele na Plaza de San Francisco.
Petisco servido nos bares, milho tostado.
O ônibus panorâmico que faz os passeios
Pingo na calçada do restaurante, morrendo de frio e sem querer vestir o casaco.
Meu jantar, sanduiche de ovo, queijo e alface.
Jantar do Luiz, para variar, lomo saltado com papas.
Nós quentinhos no interior do restaurante.
O interior do restaurante.
Exaustos do nosso dia de
caminhada por Cusco, voltamos ao hotel. Lá encontramos um casal que haviam
passado o dia inteiro no hotel em virtude dos filhos deles estarem passando
muito mal (vomitando muito) devido do soroche (mal das alturas). Tinham chegado
também na noite anterior e haviam planejado ir até Machu Pichu para que os
filhos conhecessem. Contudo, iam desistir pois os meninos não estavam
melhorando. Estavam conversando com uma jovem que andava de muletas devido a
uma queda que havia levado durante um passeio (tobogã de cachoeira, esporte radical). Ela estava esperando ficar
melhor para poder voltar para casa, também não havia realizado a programação de
passeio que tinha previsto. Pelo visto, existem muitas pessoas que planejam um
roteiro no Peru e depois modificam por um ou outro motivo. Nós não éramos os únicos nessa situação.
Não
poderia concluir o relato desse dia sem contar um fato que só descobri depois
que cheguei de volta da viagem (17/08/2015). Estava em casa pesquisando nos meus
apontamentos o nome da dona do hotel que foi nosso anjo nos poucos
momentos que estivemos em Cusco e como não encontrava o nome dela nas minhas anotações, resolvi verificar se o hotel tinha site na internet, que seria
uma forma de obter essa informação ou solicitar por meio de e-mail. Coloquei no
google o nome do hotel e logo veio o site: http://spanish.lacasademiabuelo.com/.
Acessei e comecei a ver o que tinha em cada link, quando observei que havia um
link entitulado “Nuestro sócio principal”. Logo pensei: “Olha aí, tem um link
só para informar sobre os sócios do hotel, que bom!”. Contudo, para meu espanto
e extrema surpresa, quando acessei o link o que aparece é de cair o queixo de
qualquer um, vejam o completo conteúdo do link:
“Nuestro Socio
Leal
"La
conmiseración con los animales está íntimamente ligada con la bondad de
carácter, de modo que puede decirse con seguridad que quien es cruel con los
animales no puede ser una buena persona." - "Los perros aman a sus
amigos y muerden a sus enemigos, casi lo contrario de personas que son incapaces de amor
puro y tienden a mezclar amor y odio." - "Todos los hombres son
dioses para su perro. Así que hay personas que aman a sus perros más que los
hombres".
¿Usted quiere
a su perro?



Una forma de vida:
- Todo el mundo necesita a alguien para compartir la alegría de su vida. - Si se trata de perros, que le hará la vida cumplido.
- Si
está satisfecho, entonces los perros son felices. Si los perros son felices,
entonces eres feliz.Una forma de vida:
- Todo el mundo necesita a alguien para compartir la alegría de su vida. - Si se trata de perros, que le hará la vida cumplido.
Este es el
concepto general de "La Casa de mi
Abuelo".
Nem tudo na vida se explica e esta foi uma das passagens de
nossa viagem que a única explicação que temos é que Deus esteve nos protegendo
em todos os momentos e a nós só nos resta agradecer.